Page 47 - Revista TRT-SC 036
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Ana Paula de Azevedo Barbosa / Rayane Araújo Castelo Branco Rayol

                               pessoas envolvidas. Muitas organizações procuram combater
                               a rotatividade e o absenteísmo atuando sobre seus efeitos (não
                               sobre as causas): substituindo os funcionários que se desligaram
                               ou descontando os dias perdidos ou ausentes, ou ainda
                               punindo os faltantes. Com isso, a causa do problema continua
                               indefinidamente. A tendência atual é atuar sobre as causas que
                               estão provocando a rotatividade e o absenteísmo e não mais sobre
                               seus efeitos. Assim, torna-se fundamental diagnosticar suas causas
                               e determinantes (CHIAVENATO, 2020, p.119).
                       De acordo com uma pesquisa da ISMA-BR (International Stress
              Management Association), 30% da população economicamente ativa
              no Brasil sofre da síndrome de burnout, o que é um número alarmante,
              logo banalizar o problema é deixar que milhões de pessoas, sem a devida
              orientação, padeçam até o colapso.

              2.2 Identificação da patologia

                       Sensação de esgotamento físico e mental, sentimento de fracasso
              e impotência, baixa autoestima, ausência de realização pessoal, estados   47
              contínuos de inquietação, déficit de atenção e concentração, dores de cabeça,
              insônia e impaciência, são sintomas listados pela psicóloga especialista pela
              USP em Terapia Cognitivo Comportamental Thaiana Brotto (2018, online)
              que podem ser facilmente confundidos com depressão e ansiedade, mas o
              que os distingue dessas doenças é justamente sua causa, qual seja, o trabalho,
              originando, assim, a síndrome de burnout.

                       Identificar quanto antes a síndrome, por meio de uma consulta
              com psiquiatra ou na psicoterapia, é essencial, pois não há exames físicos
              que comprovem a doença, mesmo que, ao decorrer de seus níveis, além
              dos sintomas psicológicos, a pessoa pode apresentar sintomas físicos, como
              dores musculares, dores abdominais, pressão alta, alterações no apetite,
              entre outros. Izabella Camargo, jornalista da rede globo de televisão, relata a
              coluna cultura UOL os sintomas que sentiu ao vivenciar a doença:

                               Eu vivi um apagão ao vivo enquanto apresentava a previsão do tempo.
                               Eu não sabia quem eu era, para onde eu ia e nem onde eu estava.
                               Quando fui ao psiquiatra, já estava sob risco de convulsão e recebi
                               o diagnóstico da síndrome de burnout [...] os sintomas já haviam
                               aparecido dois anos antes, mesmo fazendo terapia regularmente [...]
                               dor de cabeça, bruxismo, problemas no estômago, de circulação,

                                                                    a
                                           Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12  Região | v.27 n. 36 2024
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