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mina de modo a minimizar o tempo de exposição de tetos não sustentados,
              de acordo com o item 5.4.2 da NRM-5. Argumenta que na investigação
              da ANM ocorrida após o acidente fatal envolvendo o empregado T. S. foi
              constatado que a operação de escoramento ocorreu 13 horas e 40 minutos
              após o corte da rocha. Reputa que se passou tempo demasiado sem a
              realização da contenção e que essa omissão consistiu em um dos fatores
              determinantes do acidente.

                       Segundo o teor do item 5.4.2 da NRM-5: “os sistemas de suporte
              ou fortificação devem ser montados em tempo hábil, a fim de minimizar o
              tempo de exposição de tetos não sustentados”. (grifei)
                       O julgado revisando foi assim fundamentado (fls. 5837-5838):

              (...)
              A verificação na mina o perito pode informar que a empresa realiza a contenção de tetos
              o mais rápido possível, visto que,  o avanço de lavra é linear, ou seja, não há como
              desenvolver a mina sem ocorrer operações de contenção. Conforme apresentado e
              informado nos autos, o maciço rochoso apresenta-se estável e possui alta resistência e   345
              qualidade. (destaquei)
              Apesar da manifestação do MPT (ID. f857541 – Pág. 9) não houve desconstituição do
              Parecer no expecto.
              Improcede o pedido.

                       De acordo com o perito, o maciço rochoso de arenito, onde
              se encontra a camada de carvão, é de boa qualidade geomecânica e, por
              isso, tem capacidade de autossuporte no sistema de lavra adotado pela ré.
              Além disso, conforme já analisado alhures, o perito explanou que após a
              perfuração do veio mineral com o perfurador contínuo, efetuada a retirada
              da máquina, ocorre a atividade de abatimento de “chocos”, com o intuito
              de derrubar manualmente, mediante o uso de hastes metálicas, eventuais
              blocos de arenito que podem se soltar devido à laminação da rocha. Após essa
              atividade, o teto da mina alcança maior estabilidade, podendo alcançar até
              17 anos de autossustentação. Sem embargo, ainda são instalados parafusos
              de ancoragem para minimizar o descolamento da camada laminada de 20
              cm, como se pode ver nas imagens da fl. 5501, por exemplo.
                       Foi exatamente na atividade de perfuração do teto para a
              instalação dos parafusos de ancoragem que ocorreu o acidente do dia 7-8-

                                                                    a
                                           Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12  Região | v.27 n. 36 2024
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