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DIAGNÓSTICO SOBRE A SAÚDE DOS AGENTES DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA NO
          SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

          consultório dentário, psicólogo e assistente social, na qual sua composição
          seja adequada à quantidade de apenados presentes nas unidades. De acordo
          com a PNAISP, o processo de trabalho dos profissionais de saúde deve
          objetivar a inclusão dos apenados no Sistema Único de Saúde – SUS, a
          realização da assistência fundamentada na intersetorialidade, a organização
          dos sistemas de saúde, a regionalização, a universalidade, a equidade, a
          integralidade, a resolubilidade da assistência e o respeito à cidadania, tendo
          em vista o reconhecimento dos variados problemas de saúde que decorrem
          da situação de confinamento.

                  A ação  da política  pública sobre a preocupação  com a saúde
          dos encarcerados, apesar de não concretizar a implementação de medidas
          necessárias para minimizar os riscos ocupacionais dos agentes carcerários,
          pode refletir em um avanço no quadro geral da saúde do ambiente prisional.
          Ao considerarmos o investimento direto na saúde da população encarcerada,
          poderemos obter como consequência positiva a subtração de alguns
          elementos que tensionam a capacidade de enfrentamento da crise atual.
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                  Dimenstein et al. (2017, p.64) entende que, apesar de relevante e
          regulamentada por diretrizes e normas específicas, a oferta de cuidado em
          saúde no sistema prisional ainda não se apresenta como realidade na maior
          parte do Brasil. Para que tais ações possam ser concretizadas, é necessária a
          viabilização de práticas de cuidado em saúde, diretamente comprometidas
          com a análise dos processos de promoção à saúde do trabalhador.

                  Apesar do olhar sobre a problemática que envolve os profissionais
          atuantes no cárcere ainda ser considerado tímido, nota-se que alguns sinais
          apontam o avanço na implementação de medidas urgentes e obrigatórias. A
          Resolução nº 1, de 24 de junho de 2016, do Ministério da Justiça e Cidadania,
          em vigor, aprovou as diretrizes nacionais para a criação, implantação e
          manutenção de programa e políticas de atenção à saúde e qualidade de vida
          dos servidores em serviços penais. No seu texto a resolução admite que as
          condições  de  trabalho  no  sistema  prisional  brasileiro  impactam  na  saúde
          física e mental do servidor penitenciário e na sua qualidade de vida, podendo
          até mesmo ocasionar o suicídio. Além de evidenciar os principais agravos à
          segurança e saúde do trabalhador, o texto assinala sobre a importância de
          programas de prevenção à riscos ocupacionais e nesse viés tece as ações a serem
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