Page 154 - Revista TRT-SC 036
P. 154

DIAGNÓSTICO SOBRE A SAÚDE DOS AGENTES DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA NO
          SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

          “agente penitenciário”, muitas vezes é associado a uma das ocupações mais
          desagradáveis. A função do policial penal engloba a custódia dos presos,
          incluindo  revistas,  condução  interna  e  externa  dos  detentos  e  vigilância
          das unidades prisionais. Nesse contexto, com a transformação em carreira
          policial, os agentes penitenciários foram equiparados aos membros das
          demais polícias brasileiras, mas com atribuições específicas. Não obstante, as
          regras especificadas na Resolução nº 1, de 24 de junho de 2016, do Conselho
          Nacional de Política Criminal e Penitenciária e sua “Política de Atenção à
          Saúde e Qualidade de Vida do Servidor Penitenciário” utilizarem o termo
          “servidores em serviços penais”, estas também se aplicam aos demais cargos,
          peculiares às organizações carcerárias.
                  Jaskowiak & Fontana (2015, p.235) acreditam que a enfermagem,
          por meio da educação em saúde, possa ser agente de transformação para uma
          vida mais saudável dos agentes prisionais, atuando na prevenção de agravos
          decorrentes da exposição aos riscos ocupacionais e na promoção da saúde,
          podendo ainda contribuir em discussões acerca da ética. Com a aplicação da
    154
          transdisciplinaridade, pode-se ainda fomentar espaços de atuação.

                  Schultz  et al. (2022 p. 4412), sobre a prestação de serviços
          multidisciplinares de saúde no sistema prisional, falta de recursos materiais
          para manutenção e oferta de alguns procedimentos, afirma que foram
          evidenciadas poucas ações voltadas para treinamento, capacitação e educação
          permanente  dos  profissionais  de saúde  atuantes  no  sistema  prisional,
          especialmente na atenção psicossocial no cárcere. É importante notar que
          uma parte da equipe era oriunda do modelo hospitalar de atenção e outra
          do contexto de tratamento penal (serviço social e psicologia), colocando-
          se a todos esses trabalhadores o cumprimento das diretrizes da atenção
          básica municipal a fim de atender integralmente às necessidades de saúde de
          uma população específica. Tudo isso em um ambiente de trabalho (prisão)
          estruturado por regras e leis próprias, estranhas às da saúde.

                  Medeiros-Costa et al. (2018, p.36) entende que é imprescindível
          a realização de investigações que congreguem o uso de técnicas qualitativas
          e de natureza intervencionista, com intuito de explorar o universo
          carcerário e os fenômenos que influenciam a saúde psíquica dos agentes
          de segurança penitenciária.
   149   150   151   152   153   154   155   156   157   158   159