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Josiane de Oliveira Haag Sölter

                       Bezerra et al. (2021, p.17) considerou o apoio social como sendo
              fundamental na prevenção e proteção da saúde mental desses trabalhadores,
              aponta para a importância da análise das relações dentro e fora do trabalho.
              As observações realizadas e os depoimentos dos agentes mostram que os
              profissionais que trabalham nos “plantões” são mais vulneráveis ao desgaste
              físico e mental. É um posto de trabalho desvalorizado até mesmo entre os
              próprios agentes, ocupação em que a maioria deles não gostaria de estar. No
              entanto, “trabalhar no plantão” é a atividade-fim do agente penitenciário
              (custodiar, viabilizar direitos, estar em contato com o preso) e, por esse
              motivo, deve ser mais valorizada, aumentando-se as gratificações e o
              número efetivo de profissionais nesta atividade a fim de se trabalhar com
              mais segurança e paz.
                       Admitindo-se que há a obrigatoriedade na implementação
              destes programas, dedicados aos servidores penitenciários, estima-
              se que há uma tendência de maior conscientização e aculturamento
              sobre a importância na implementação de medidas prevencionistas aos    155
              trabalhadores da área prisional.



              CONCLUSÃO

                       O sofrimento e o adoecimento no trabalho podem surgir como
              uma linha tênue e silenciosa. O preconceito, a marginalização, o descaso
              e a generalização na tratativa da saúde de servidores do sistema prisional
              têm provocado o surgimento e agravamento de doenças físicas e mentais,
              tanto em profissionais antigos como nos que atuam recentemente nas
              instituições prisionais.
                       É preciso sensibilizar os gestores para o fato de que os programas
              relacionados a riscos e doenças ocupacionais devem preencher cronogramas
              e ter responsabilidades definidas dentro das instituições prisionais. A
              contribuição dos servidores carcerários na identificação e implementação
              de medidas de combate às doenças relacionadas ao trabalho deve ser
              fundamentalmente utilizada.
                       É de grande valia a participação do poder público em ações
              de fiscalização e acompanhamento dos indicadores na saúde desses

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                                           Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12  Região | v.27 n. 36 2024
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