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DIAGNÓSTICO SOBRE A SAÚDE DOS AGENTES DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA NO
          SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

          trabalhadores. Os órgãos encarregados da regulação da saúde do trabalhador
          precisam exercer vigilância constante sobre as condições do trabalho.
          Sistemas de coleta de informações são relevantes para o monitoramento da
          saúde destes profissionais.

                  Considerando o preconceito e o estigma negativo, carregados
          por esta classe perante a sociedade, é fundamental que se determine ações
          que promovam a satisfação e orgulho dos servidores quanto ao trabalho
          que desenvolvem. Tais medidas devem exibir à sociedade as características
          dos trabalhos desenvolvidos pelos agentes e atuar na opinião pública,
          destacando que o  exercício das funções penitenciárias é  de grande
          relevância para a sociedade e a ele deve ser reforçado o compromisso
          social, buscando inclusive a inclusão dos familiares e amigos no processo.
          Conforme evidenciado na literatura, o apoio do poder público por meio
          de fiscalização e apoio da sociedade sobre a importância desta profissão
          para  segurança  pública,  são  meios  fundamentais  para  a  melhoria  neste
          quadro crítico geral de saúde ocupacional.
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                  Diante disso, denota-se que o mais importante para minimizar
          o sofrimento destes trabalhadores é a sensibilização dos gestores para que
          sejam criados meios de comunicação direta com os agentes a fim de escutar
          suas manifestações e encontrar meios de promover mais qualidade de vida
          a estes profissionais.

                  Por fim, admite-se que, enquanto não forem disseminadas práticas
          de gestão prisional que objetivem a melhoria das estruturas carcerárias nos
          aspectos relacionados à tecnologia, segurança, saúde e higiene, não há como
          se avistar um cenário digno aos agentes prisionais. Sugere-se aos órgãos
          legisladores e fiscalizadores a aplicação de uma urgente revisão do contexto
          de trabalho desses profissionais e a introdução de programas sólidos de
          gestão que visem ao bem-estar do trabalhador, aplicado a uma abordagem
          intervencionista na qual vise transformar o trabalho carcerário.



                                   REFERÊNCIAS

          ALBUQUERQUE, Deisiane Rodrigues; ARAÚJO, Marley Rosana Melo de. Precarização
          do trabalho e prevalência de transtornos mentais em agentes penitenciários do estado de
          Sergipe. Revista Psicologia e Saúde, 2018.
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