Page 422 - Revista TRT-SC 036
P. 422

a responsabilidade de abrir o caixa no turno da manhã, vez que a gerente
          chegava sempre mais tarde.
                  A verba pleiteada pela autora está assim prevista nas convenções

          coletivas da categoria da autora:
          CLÁUSULA SÉTIMA – QUEBRA DE CAIXA Aos empregados que exerçam a função
          de caixa, cobradores ou substitutos expressamente designados pela empresa, haverá
          remuneração mensal de 20% (vinte por cento), calculada sobre o piso salarial estabelecido
          no caput da cláusula que trata do piso salarial para a categoria profissional.

                  Mesmo considerando que a autora não exercia exclusivamente
          a função de caixa, ficou demonstrado que ela atuava no caixa do
          estabelecimento juntamente com o desempenho de outras tarefas atreladas
          à função de vendedora.

                  Com efeito, o fato de a obreira não exercer exclusivamente essa
          atividade não altera a conclusão de que a rubrica lhe é devida: a norma
    422 coletiva é abrangente nesse sentido, não trazendo nenhuma limitação
          quanto à exclusividade no exercício da função de caixa.

                  A norma coletiva preconiza que a benesse “quebra de caixa” é
          assegurada aos empregados que exerçam a função de caixa, colaboradores
          ou substitutos expressamente designados pela empresa.
                  Também não merece guarida a alegação de que a percepção
          da referida parcela está condicionada ao desconto sofrido, porquanto a
          cláusula convencional não traz qualquer previsão no sentido de que o
          colaborador somente deverá receber o adicional de quebra de caixa se
          sofrer algum desconto a este título, o que, por si só, já afasta a alegação

          recursal neste sentido.
                  Portanto, considerando que a autora atuou como caixa durante o
          desempenho da função de vendedora, tem jus ao pagamento do adicional

          de “quebra de caixa”.
                  Outrossim, não subsiste o pedido subsidiário da ré, uma vez
          que a autora, de acordo com as provas dos autos, exerceu durante toda a
          contratualidade a função de caixa, pois ela cobrava as vendas que realizava,
   417   418   419   420   421   422   423   424   425   426   427