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DIAGNÓSTICO SOBRE A SAÚDE DOS AGENTES
DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA NO
SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
Josiane de Oliveira Haag Sölter 1
Resumo: Neste artigo são abordados os desafios enfrentados pelos profissionais
que atuam no sistema prisional. Nos últimos anos, o Brasil testemunhou um
significativo aumento no número de pessoas encarceradas, no entanto, o contingente
de agentes de segurança penitenciária não acompanhou essa mudança. Problemas
como a escassez de pessoal, equipamentos e materiais obsoletos, juntamente com
a necessidade de reconhecimento por parte do poder público e da sociedade, têm
resultado em sérios impactos na saúde desses trabalhadores. A conclusão sobre
esse assunto baseia-se em pesquisas bibliográficas, que evidenciam o surgimento
de doenças psicossomáticas nesse grupo. Por fim, são identificados os principais 145
riscos que afetam a saúde desses profissionais, bem como são discutidas possíveis
medidas para mitigar tais efeitos.
Palavras-chave: Saúde Mental dos Agentes de Segurança Penitenciária.
Riscos Psicológicos no Sistema Prisional. Trabalhadores do Sistema Prisional.
INTRODUÇÃO
O sistema prisional brasileiro enfrenta sérios problemas de
estruturação e organização desde a sua criação. As condições precárias
encontradas pelos gestores para lidar com o aumento da população carcerária
e a infraestrutura inadequada são preocupantes, tanto do ponto de vista
econômico quanto social. A escassez de agentes penitenciários em relação
ao número de presos agrava ainda mais essa situação, comprometendo a
segurança e a saúde desses profissionais.
1 Perita Judicial para o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª região e Tribunal de Justiça de
Santa Catarina. Mestra em Engenharia de Processos pela Univille. Especialista em Ergonomia
pela Futura. Engenheira de Segurança do Trabalho pela Unisociesc.
a
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12 Região | v.27 n. 36 2024