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Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez  / Ângela Maria Konrath  / Alessandro da Silva

                       Essa visão foi objeto de contestação de outro participante,
              segundo o qual as pesquisas científicas mais recentes revelam o quão
              equivocado é o imaginário sociocultural de acordo com o qual, na pré-
              história, as mulheres eram coletoras delicadas e vulneráveis, restritas
              ao espaço doméstico e familiar. A título de exemplo, foi citado o livro
              da  arqueóloga  e  pré-historiadora  francesa  Marylène  Patou-Mathis  “O
              homem pré-histórico também é mulher: uma história da invisibilidade
              das  mulheres”, obra  em  que ela  demonstra a  efetiva  participação  das
              mulheres em atividades como caça, pesca, construção de ferramentas e
              pinturas rupestres. Em suma, trata-se de um trabalho de arqueologia de
              gênero que “corrige um mal-entendido secular, pois não só dá voz a nossas
              ancestrais – tantas vezes caladas –, mas também reconstitui sua dignidade,
              com argumentos sólidos e embasados nas pesquisas mais recentes da
              arqueologia e da pré-história” .
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                       Após a palestra, também com o objetivo de estimular o convívio
              e fortalecer a coesão institucional, promovemos o sorteio de brindes,
              posteriormente encaminhados para os ganhadores do interior do Estado.   461
              Realizamos, ainda, uma “fotografia oficial” para registrar na memória
              institucional esse momento de aprendizado e congraçamento.

                       Concomitantemente ao coffee-break, disponibilizamos, em diversas
              unidades, o serviço de quick-massage, fruto de parceria com a Coordenadoria
              de Saúde, com prioridade de atendimento para as mulheres.

                       Ao cabo, os participantes demonstravam a viva satisfação de terem
              participado da atividade, o que se refletiu nas pesquisas de avaliação.


              2 CONCLUSÃO


                       Como todo espaço pedagógico, a Escola Judicial deve estar aberta
              para a utopia, inclusive para sonhar um novo tempo para o Poder Judiciário,
              para o país, para toda a humanidade, com profundo respeito às diferenças e
              incansável combate às desigualdades.



              7  PATOU-MATHIS, Marylène. O homem pré-histórico também é mulher: uma história
              da invisibilidade das mulheres. Tradução Julia da Rosa Simões. Rio de Janeiro: Rosa dos
              Tempos, 2022.
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                                           Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12  Região | v.27 n. 36 2024
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