Page 461 - Revista TRT-SC 036
P. 461
Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez / Ângela Maria Konrath / Alessandro da Silva
Essa visão foi objeto de contestação de outro participante,
segundo o qual as pesquisas científicas mais recentes revelam o quão
equivocado é o imaginário sociocultural de acordo com o qual, na pré-
história, as mulheres eram coletoras delicadas e vulneráveis, restritas
ao espaço doméstico e familiar. A título de exemplo, foi citado o livro
da arqueóloga e pré-historiadora francesa Marylène Patou-Mathis “O
homem pré-histórico também é mulher: uma história da invisibilidade
das mulheres”, obra em que ela demonstra a efetiva participação das
mulheres em atividades como caça, pesca, construção de ferramentas e
pinturas rupestres. Em suma, trata-se de um trabalho de arqueologia de
gênero que “corrige um mal-entendido secular, pois não só dá voz a nossas
ancestrais – tantas vezes caladas –, mas também reconstitui sua dignidade,
com argumentos sólidos e embasados nas pesquisas mais recentes da
arqueologia e da pré-história” .
7
Após a palestra, também com o objetivo de estimular o convívio
e fortalecer a coesão institucional, promovemos o sorteio de brindes,
posteriormente encaminhados para os ganhadores do interior do Estado. 461
Realizamos, ainda, uma “fotografia oficial” para registrar na memória
institucional esse momento de aprendizado e congraçamento.
Concomitantemente ao coffee-break, disponibilizamos, em diversas
unidades, o serviço de quick-massage, fruto de parceria com a Coordenadoria
de Saúde, com prioridade de atendimento para as mulheres.
Ao cabo, os participantes demonstravam a viva satisfação de terem
participado da atividade, o que se refletiu nas pesquisas de avaliação.
2 CONCLUSÃO
Como todo espaço pedagógico, a Escola Judicial deve estar aberta
para a utopia, inclusive para sonhar um novo tempo para o Poder Judiciário,
para o país, para toda a humanidade, com profundo respeito às diferenças e
incansável combate às desigualdades.
7 PATOU-MATHIS, Marylène. O homem pré-histórico também é mulher: uma história
da invisibilidade das mulheres. Tradução Julia da Rosa Simões. Rio de Janeiro: Rosa dos
Tempos, 2022.
a
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12 Região | v.27 n. 36 2024